Ainda que a Segunda Guerra Mundial tenha gerado descobertas surpreendentes,
é inegável o terror do holocausto e dos conflitos que permeiam o
evento. Além disso, embora muitos pesquisadores e historiadores tenham
tentado desvendar os mistérios de um conflito que marcou a história da
humanidade, ainda são muitas as perguntas que continuam sem resposta.
A seguir, você confere oito fatos misteriosos e pouco conhecidos sobre a Segunda Guerra Mundial:
1. Brasil: um país não tão neutro assim
Embora o Brasil seja conhecido como um país mais neutro, ou seja, que
prefere não tomar parte das guerras e dos conflitos que acontecem
mundialmente, durante a Segunda Guerra Mundial ele teve um papel
bastante ativo. Em tempos de guerra, acreditava-se que os nazistas
poderiam atacar a América do Sul, partindo das colônias francesas que
ocupavam a África.
Tendo em vista essa possibilidade, os Estados Unidos criaram bases
aeronáuticas no Nordeste brasileiro. Naquela época, eles usaram como
fachada o investimento no desenvolvimento da aviação comercial – que não
via novas tecnologias desde a Primeira Guerra Mundial. Entretanto, as
terras tupiniquins ficam em pontos estratégicos em relação à África.
As bases foram montadas na ilha de Fernando de Noronha e nas capitais
nordestinas de Natal e Recife. Como tudo tem seu preço, Getúlio Vargas
recebeu apoio americano, se autodeclarou presidente e as forças armadas
nacionais foram renovadas – tanto é que até os próprios americanos
vieram treinar o exército brasileiro para enfrentar os possíveis ataques
nazistas.
Em 1941 um navio brasileiro foi atacado por um avião nazista e, no
ano seguinte, outras dezenas foram dizimadas. Em agosto de 1942, 600
brasileiros foram mortos nos cinco navios atingidos pelo submarino
U-507. No dia 22 do mesmo mês, Getúlio Vargas declarou o estado de
beligerância (guerra) contra o Eixo.
2. A batalha (imaginária) de Los Angeles
Alguns meses após os eventos de Pearl Harbor, os EUA estavam passando
por grandes dificuldades – principalmente na costa oeste. Todas as
pessoas ficavam de olho nos céus com medo dos novos possíveis ataques
japoneses. Em fevereiro de 1942, um submarino japonês bombardeou o campo
petrolífero de Ellwood, que ficava próximo à Santa Barbara. Mais tarde
naquele mês, a tensão explodiu em um ataque de histeria.
O desaparecimento de um balão meteorológico iniciou o pânico. Depois
disso, fogos eram lançados no ar para encontrar possíveis ameaças ou
avisar sobre perigo. Entretanto, o povo viu os sinais como sendo de mais
ataques e acionou uma série de medidas antiaéreas. As atividades
continuaram durante muitas noites. No fim, as únicas casualidades foram
três vítimas mortas por ataque cardíaco e três por fogo-amigo.
Nenhum avião japonês foi visto e os próprios nipônicos negaram
qualquer intenção de ataque próximo à Los Angeles. O mais engraçado é
que os clarões também foram confundidos com um surto de OVNIS nesta
cidade.
Na época, os jornais americanos afirmaram que a coisa toda era
orquestrada para induzir o pânico e conseguir mais suporte para a
guerra. Os militares pouco se preocuparam em aliviar as preocupações,
sendo que uma investigação pública só foi realizada 40 anos depois do
acontecido.
3. O misterioso desaparecimento do voo 19 e o Triângulo das Bermudas
Esse é um dos incidentes mais misteriosos de todos os tempos. Ele
aconteceu após alguns meses do fim da guerra, embora envolva o exército
norte-americano e um avião pilotado durante a Segunda Guerra Mundial.
Nele, o tenente Charles Taylor liderava um grupo com cinco aviões TBM
Avenger em um exercício de treino em direção à estação naval em Fort
Lauderdale, Florida.
Pelo rádio, Taylor reclamou que sua bússola não estava funcionando e
que ele não sabia onde estava. Após muitas horas de voo às cegas, os
aviões ficaram sem combustível. Desde então, nenhum deles foi visto e
todos os 14 homens envolvidos foram dados como mortos. O inquérito
militar também não foi muito detalhado.
Taylor já possuía um histórico de se perder enquanto voava e diversos
operadores de rádio – e até membros juniores do voo 19 – pareciam saber
onde estavam. Mas, seguindo a liderança de Taylor, eles acabaram voando
para algum lugar distante no Atlântico, em vez de retornarem para
Florida.
Muito do mistério envolve os esforços dos militares para tentar
convencer a mãe do tenente, que reclamou do inquérito que culpava seu
filho sem evidências claras. Isso fez com que eles mudassem o documento
para “causas desconhecidas”. Pouco tempo depois, novos elementos
sobrenaturais foram inclusos na história, criando assim a lenda do
Triângulo das Bermudas.
Nela, toda a tripulação havia tido premonições que os prevenia para
não embarcar no voo amaldiçoado – fora as supostas transmissões de rádio
como “o céu está todo errado aqui”. Mas, ainda assim, essa é uma lenda
bem assustadora por si só – cinco aviões perdidos no mar aberto, com a
noite se aproximando e condições meteorológicas ruins, sendo que as
próprias causas das mortes dos tripulantes permanecem desconhecidas até
hoje.
A última transmissão de rádio foi uma mensagem distorcida e
incompreensível. Os operadores só conseguiram identificar os sinais de
chamada dos aviões "FT…FT…FT…". Como os corpos dos tripulantes e as
aeronaves nunca foram encontrados, a verdade por trás do voo 19 continua
um mistério.
4. A estranha vida de Rudolf Hess
A vida de Rudolf Hess parece ter saído diretamente de um livro de
espiões, repleto de reviravoltas bizarras e plots estranhos, que
mascaram eventos ainda mais confusos. Hess foi uma figura proeminente na
Alemanha, agindo como deputado de Hitler no Partido Nazista.
Nas vésperas da declaração de guerra alemã com a União Soviética, ele
voou sozinho para a Escócia em uma tentativa de negociar a paz com o
Reino Unido, mas em vez disso acabou sendo preso. Ele foi julgado na
Nuremberga e sentenciado à prisão perpétua na Cadeia de Spandau, em
Berlim, onde morreu em 1987. A pergunta que surge é: por que Rudolf Hess
voou intencionalmente para a Escócia para ser preso?
Ficou claro que Hess queria tentar uma vitória diplomática ao selar
um tratado de paz entre o Terceiro Reich e a Inglaterra, mas não há
nenhum documento que evidencie que qualquer membro do governo britânico
passasse a impressão de que um acordo poderia ser feito entre eles.
Também não há nenhuma evidência de que os oficiais britânicos tenham
enganado Hess e o obrigado a fazer esse voo.
O incidente também pode ser considerado um último esforço de Hess
para ganhar a aprovação da Inglaterra, tendo em vista que uma guerra com
a Rússia poderia eventualmente culminar no fim do Terceiro Reich. O
evento continua um dos mistérios mais documentados e influentes da
Segunda Guerra Mundial.
Há também algumas teorias conspiratórias por trás da história. Os
russos sempre suspeitaram que Hess estava secretamente tentando unificar
a Alemanha e Inglaterra, para que assim ambos pudessem atacar a Rússia.
Quando foi preso, a saúde de Rudolf também deteriorou bastante, sendo
que, quando foi julgado, o homem sofria de amnésia e não conseguia se
lembrar de seus tempos como nazista. Algumas pessoas acreditavam que o
verdadeiro Hess estava escondido e que o homem que foi julgado e
condenado era um impostor. As suspeitas só aumentaram quando ele foi o
último habitante de Spandau, em 1987, sendo que o lugar foi demolido
pouco tempo após sua morte.
5. Os aviões-fantasmas da Segunda Guerra Mundial
Embora pareçam lendas urbanas, existem diversas histórias que narram a
aparição de aviões-fantasmas – poucas delas documentadas. Existem
basicamente dois tipos. Na primeira, os aviões são vistos em um contexto
pós-guerra, em que as pessoas acabam encontrando os veículos do
passado.
Geralmente, o cenário envolve um jovem casal das décadas de 60, 70 ou
80 que afirma ter visto um modelo vintage cruzando os céus em baixa
altitude – algumas vezes até um grupo deles. Algumas dessas histórias
são bem embasadas: o avião some no ar, a aparição foi um augúrio de um
acidente que ocorreu pouco tempo depois, os pilotos acenam tristemente
para os espectadores abaixo etc. Alguns relatos envolvem especulações
sobre “fendas no tempo”.
O segundo tipo é mais interessante – e macabro. Algumas aparições
ocorreram durante a guerra. Nelas, as tramas abordam aviões que partiram
em uma missão perigosa. Mais tarde, todas as aeronaves retornam, exceto
uma. Todos observam os céus esperando o veículo, mas nada aparece. Até
que, horas mais tarde, um som é ouvido a distância e um avião é visto.
Com muito trabalho, a aeronave consegue pousar. Mas, quando o povo se
aproxima da cabine do piloto, ela está vazia e o tanque do avião
completamente seco. Há variações em que a tripulação está abordo, mas
morta. Em outras o avião está tão danificado que não teria como levantar
voo.
Há uma história que diz que um avião destroçado foi visto horas
depois do ataque de Pearl Harbor. As testemunhas conseguiram ver o
piloto a bordo, mas, quando o avião caiu, não havia absolutamente nada
dentro dele. Bizarro...
6. Os OVNIS participaram da guerra
O termo foo fighter foi usado pelos pilotos da infantaria aliada para
designar os misteriosos fenômenos aéreos vistos nas missões do Teatro
de Operações do Pacífico e nos céus da Europa. As primeiras aparições
ocorreram em novembro de 1944, quando os pilotos que sobrevoavam a
Alemanha reportaram terem visto objetos brilhantes voando em alta
velocidade e acompanhando os aviões.
Esses misteriosos objetos foram descritos como bolas de fogo
brilhantes vermelhas, brancas ou alaranjadas. Alguns pilotos disseram
que elas pareciam com luzes da árvore de Natal, sendo que elas variavam
de tamanho entre cerca de 91 metros e 30 centímetros. Os foo fighters
não podiam ser derrubados ou superados.
Já os militares levaram as aparições a sério, suspeitando que as
estranhas aparições fossem uma arma secreta alemã. Entretanto,
investigações posteriores revelaram que os pilotos alemães e japoneses
também reportam terem visto objetos semelhantes. Durante os tempos de
guerra, o termo foo fighter se tornou sinônimo de qualquer visão de um
OVNI. Muitas pessoas especularam o envolvimento extraterrestre.
Durante a Segunda Guerra, esses acontecimentos foram amplamente
estudados. Até mesmo cientistas renomados, tais como David Griggs, Luis
Alvarez e H.P. Robertson, também os avaliaram. Todavia, o fenômeno nunca
foi explicado, uma vez que a maioria das informações sobre o acontecido
foi mantida sobre sigilo e nunca foi revelada por nenhuma inteligência
militar.
7. Os segredos da Câmera de Âmbar
Outro mistério da Segunda Guerra Mundial é o desaparecimento dos
tesouros da Câmera de Âmbar. O local media 55 metros quadrados e
consistia em diversos painéis decorados com âmbar, espelhos folheados a
ouro e quatro mosaicos florences. O salão continha joias preciosas e uma
estante contendo uma coleção de ilustrações raríssimas que retratavam
relíquias valiosas da Prússia e da Rússia.
Os itens foram criados pelo Rei Friedrich I e foram dados de presente
ao czar russo, Peter, o Grande, em 1716. As relíquias foram dispostas
no Palácio de Catarina, próximo à São Petersburgo.Em 1942, os nazistas
invadiram Leninegrado e roubaram o artefato e grande parte das relíquias
do local. Eles expuseram a vitrine no Castelo de Königsberg durante a
guerra.
Entretanto, em abril de 1945, após a rendição alemã, o tesouro não
estava em nenhum lugar e não foi mais visto desde então. Todavia,
recentemente foram descobertos indícios de um possível esconderijo
subterrâneo onde o tesouro pode estar escondido.
8. As estranhas coincidências do “Deadly Double”
Se você vasculhar o mundo das experiências paranormais, eventualmente
vai se deparar com a numerologia. Os numerologistas são pessoas que
encontram significado em estranhas coincidências numéricas – que algumas
vezes possuem credibilidade. Mas, no caso do “Deadly Double”
(Mortal-Duplo), os números se aliam assustadoramente bem.
Algumas semanas antes dos ataques a Pearl Harbor, alguns anúncios
estranhos apareceram em Nova York. Eles faziam propaganda de um novo
jogo chamado “The Deadly Double”. Um deles mostrava um par de dados
marcados com os números 0, 5, 7, XX, 24 e 12. Na parte de cima, uma
série de chamadas em diversas línguas avisava: “Achtung! Warning!
Alerte!" – ou seja: “Cuidado!”.
O outro anúncio mostrava um grupo de pessoas abrigadas em um abrigo
subterrâneo e explicava que o “joguinho de dados” era um item essencial
para sobrevivência em caso de guerra. Estranhamente, até o logo da
fabricante era uma suspeitosa águia dupla muito utilizada pelos alemães.
Ainda que os anúncios tenham uma aparência suspeita, apenas em
retrospecto eles poderiam ter uma mensagem codificada. Por exemplo: os
números poderiam fazer uma alusão à data do ataque de Pear Harbor
(7/12), sendo que os outros números poderiam representar os códigos que
deveriam ser decifrados pelos agentes que estavam disfarçados nos EUA.
Fora
isso, o “Deadly Double” também foi considerado uma possível referência à
dupla ameaça do Japão e da Alemanha. Como muitos mistérios recontados,
as pessoas tendem a deixar de lado os fatos e enfatizam o desconhecido.
O cinco e o zero às vezes são considerados como uma possível previsão
sobre o início do ataque, mas o primeiro avião só abriu fogo às 7:48 no
horário local de Pear Harbor. Todavia, a identidade do criador da
propaganda continua desconhecida até hoje. Pode parecer besteira, mas,
na época, até mesmo o FBI se envolveu nas investigações sobre o “Deadly
Double”.
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